O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)
direcionado a estudantes que concluíram o 2º grau tem o maior número de
candidatura da história da prova, que avalia os conhecimentos em português, matemática,
ciências sociais e humanas dos alunos recém-formados. Atualmente são dedicados
dois dias para a aplicação da prova, de modo a somar 180 questões e uma
redação. Desde 2009, quando foi criado o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o
exame tornou-se porta de entrada para importantes universidades públicas.
Embora os últimos anos tenham sido difíceis para o Enem, a prova bateu recorde
de candidatura em 2011. Foram mais de 5,4 milhões de inscrições, número
correspondente à população de Goiás, estado do Brasil.
Foto: Thiago Lontra |
A proposta inicial do Enem em 1998, quando
foi criado, era avaliar única e exclusivamente a bagagem de conhecimento do aluno
recém-formado na escola básica. Somam 13 anos de história (1998 até 2011), e o
tempo reservou mudanças para o exame que perdeu a característica intrínseca de
autoavaliação para os estudantes. Todavia, vem se consolidando como prova qualificatória
para universidades de todo o Brasil.
Em
2004, o governo federal criou o ProUni, programa de distribuição de bolsas a
instituições privadas de ensino superior. O benefício continua sendo concedido
aos alunos com melhores pontuações, e permite o acesso de pessoas que dificilmente
teriam condições de pagar o valor cheio da mensalidade. É o caso do estudante de
engenharia Fredson Santos, aluno da Universidade Estácio de Sá. Ele conseguiu a
bolsa de 100% por intermédio da prova que está vinculada ao benefício. Fredson
se formou, e garante ter valorizado a oportunidade oferecida pelo governo. “Antes
do ProUni considerava o ensino superior artigo de luxo e com o salário que
recebia mal dava para os livros, se considerasse pagar a mensalidade teria que
viver à míngua”, declara o estudante.
Fredson Santos, estudante que participou do do Enem, em 2004, e garante que depois de duas tentativas, conseguiu a bolsa de 100% pelo ProUni |
Em 2009, o teste sofre alterações,
ganha status de vestibular nacional. As mudanças não param por aí, pois a prova
aumenta de 63 para 180 questões. Cria-se, então, a divisão da prova para quatro
cadernos. De lá para cá as universidades têm aderido, de modo que a nota da
prova auxilia no processo seletivo para universidades públicas. Nos últimos
anos, faculdades como UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas) usam a nota da prova na primeira etapa do processo
seletivo
Estudante de direito, Stephanie Barbosa, participou do Enem pela primeira vez em 2009 e afirma que a bolsa do ProUni ajudou enquanto estagiava na Globosat |
Em 2011, os percalços são constantes, o
primeiro dia contou com o vazamento de perguntas na internet. Os alunos
mostraram eficiência em burlar a segurança, os estudantes postaram questões nas
redes sociais durante a prova. Já no segundo dia, o órgão que gerenciava a
fiscalização comunicou a imprensa que seria proibido o uso de celular e
qualquer aparelho eletrônico. Esse, no entanto, não foi o pior episódio vivido
em 2011.
O
caso mais alarmante, da última edição do Enem, está ligado ao vazamento de 14
questões do Enem que foram usadas em um pré-teste no cursinho Christus, em
Fortaleza. O caso está sendo acompanhado
pela justiça que anulou as referidas questões para os alunos do colégio
Christus.
A
partir de 2012, o exame será aplicado em regime semestral, com a pretensa vontade
de se estabelecer como exame de abrangência nacional, capaz de substituir o
vestibular das principais universidades do país. Resta-nos agora acompanhar os
próximos episódios da proposta do MEC que vem se afirmando no cenário
acadêmico.
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